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Brinquedo

by Pio Lobato

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1.
Casa Velha 06:13
2.
Derrapada 06:41
3.
Ladainha 04:54
4.

about

O novo ‘Brinquedo’ de Pio Lobato
Guitarrista revisita influências em novo disco
Por Ismael Machado
A primeira participação de Pio Lobato em uma banda foi na virada da década de 1980 para os anos noventa. Era o guitarrista de um dos poucos grupos paraenses naqueles idos a abraçar o então menosprezado rock progressivo. Os ‘Anjos do Abismo’ flertavam com a sonoridade nascida das mãos virtuosas de, entre outros, Yes; Pink Floyd; Genesis e Emerson, Lake and Palmer. Os Anjos não conheceram o paraíso musical da cena paraense, mas a banda foi uma primeira escola para o imberbe guitarrista que começava a chamar a atenção pela disciplina e rigor em busca da perfeição.
Quando Pio Lobato voltou a chamar a atenção já era uma das cabeças pensantes da banda Cravo Carbono, na metade dos anos 90. O mundo musical já havia sido sacudido pelo fenômeno grunge em terras gringas e pelo manguebit recifense em terras brasilis. Em seus primórdios o Cravo flertava com um som funkeado, algo similar ao que Andy Gill fizera no auge do pós-punk com a Gang of Four.
Até que um dia Pio Lobato veio com a ideia de fazer um ‘boi’. Meio receoso a respeito da recepção que teria, mostrou a levada em riff do que viria a ser ‘Ver o Peso’, hino máximo da banda que renovou a música pop paraense. ‘Ver o Peso’ unia o peso da guitarra com células percussivas das toadas de boi. Era um dos ‘recados a Lúcio Maia’, guitarrista da Nação Zumbi, enviados por Pio Lobato.
Paralelo a esse prolífico período no Cravo Carbono, Pio Lobato começou a engendrar um mergulho em ritmos paraenses como a guitarrada. Foi nesse momento que ganhou prestígio maior e passou a ser considerado um dos grandes nomes da música contemporânea paraense.
Pio Lobato e guitarrada passaram a ser quase sinônimos em algumas rodas musicais. Os primeiros discos solo flertavam com esse ritmo, mas também se impregnavam de experimentações com o tecnobrega e as chamadas tecnoguitarradas. Mas aqui e ali Pio Lobato lembrava que sua música não era restrita apenas a isso. No disco ‘Café’, por exemplo, estava incrustada a zeppeliana ‘Tema do hippie velho’, que não faria feio no terceiro disco da banda do guitarrista Jimmy Page.
Afinal, sempre é bom lembrar que, ao lado de Mestre Vieira, ícone da guitarrada, Pio teve como guias também os guitarristas Steve Howe (Yes), Robert Fripp (King Crimson) e Jimmy Page (Led Zeppelin). O rock e os ritmos regionais não se conflitam em Pio Lobato. E o rock progressivo, fonte inicial, aparece quase sempre canibalizado e regurgitado com a sonoridade universalmente paraense inserida pelo guitarrista. “É como se fosse um progressivo caboclo”, tenta explicar Pio Lobato. Não que ele goste de definições ‘encaixotantes’ da música. Mas entende a necessidade de ‘explicações’. Só que, independente disso, a música sempre fala mais alto.
É o que ele volta a lembrar no disco mais recente, ‘Brinquedo’. Patrocinado pelo Natura Musical, o novo trabalho de Pio Lobato equilibra-se de forma igualitária entre as nuances da música regional com as tinturas de rock progressivo, folk rock e power trios típicos dos anos 1970. O resultado é instigante. E agrada tribos diversas.
“Respeito o Pio Lobato desde os anos 90, quando ele começou a fazer essa transição do rock com o regional numa linha mais experimental. E isso de um jeito que só ele conseguiu fazer por essas bandas paraenses de forma tão interessante”, diz Jaime ‘Katarro’ Neto, vocalista da banda punk crossover Delinquentes.
“Acho ele incrível. Não tem como fugir dessa avaliação. O Pio passeia com muita maestria pelo rock (mesmo ele dizendo que não) e funde isso com a música tradicional como a guitarrada. Isso não é qualquer um que faz. Às vezes é um timbre muito específico que só alguém muito sensível e atento percebe. E ele faz isso de forma muito consciente”, diz a cantora paraense Gláfira.
“É um trabalho importante por lidar com nossa identidade cultural”, resume o percussionista Kleber Benigno, o Paturi, integrante do Trio Manari, grupo também fundamental para se entender a busca entre a regionalidade e o universalismo musical paraense.
Em “Brinquedo”, Pio Lobato se baseou nas ‘bolachas’ setentistas. Como se dividido em dois lados. De um lado, uma ‘suíte’ de 18 minutos, batizada de ‘Suíte de brinquedo”, que antes levava ‘de brincadeira’, o nome de ‘Purruda’, uma expressão ribeirinha paraense que significa ‘muito grande’ e do outro, três canções variadas entre si. O lado mais ‘normal’, digamos assim, tem ‘Ladainha’, ‘Derrapada’ e ‘Casa Velha’, que por sinal ganhou clip realizado pelas produtoras Montagem Paralela e Equipe Reduzida.
‘Casa Velha’ é um flerte com a canção pop solar, quase um folk rock que poderia ter saído dos mineiros do Clube da Esquina, ou mesmo do falecido guitarrista Marco Antônio Araújo, extraordinário músico mineiro morto aos 26 anos na década de 1980. A guitarra limpa muda o fraseado e traz de volta os primeiros influenciadores de Pio Lobato, como o dedilhado de Alex Lifeson, do Rush.
‘Ladainha’ é uma das que mais impressionam à primeira audição. Usa a batida percussiva típica das canções praieiras religiosas, tão comuns no litoral do nordeste paraense. Mântrica e hipnótica, é onde Pio Lobato mostra para que lado está indo parte de seu interesse musical.
‘Derrapada’ faz com que Pio Lobato exercite o perfil musical dos power trios. Tem ecos de Rush, embora a sonoridade final se afaste muito do produzido pela banda canadense- e nem poderia ser diferente-, mas há a influência nítida.
E resta ‘Suíte de Brinquedo”. São quase vinte minutos de um som que une essas duas pontas. A do rock feito a partir de retalhos de ritmos regionais fragmentados, pontas soltas unidas na cabeça do guitarrista, quase como os Beatles fizeram em grande parte do Abbey Road, em 1969. Dividida em oito partes, com temas como ‘lundu’, ‘batuque’ e ‘3 por 4’, por exemplo, ‘Suíte de Brinquedo’ é onde se poderia facilmente se chegar ao tal progressivo caboclo definido por Pio Lobato.
“O Pio tem essa coisa de ciclos e esses momentos sempre significaram uma espécie de apontar caminhos musicais para quem vem depois ou é contemporâneo dele”, afirma o antigo parceiro de Cravo Carbono Lázaro Magalhães. Letrista e vocalista, Lázaro Magalhães é um dos que defendem a ideia de ter sido o guitarrista o responsável por muito do que depois veio a ser uma música pop paraense reconhecida mundo afora. “Ele sempre abriu caminhos de vanguarda”, garante.
“Brinquedo” passou por várias mudanças, inclusive de conceito. O trabalho gráfico do disco, com fotos em preto e branco de Thiago Silveira, já indica o direcionamento voltado a um tempo outro para o músico. É a infância ribeirinha, ao ‘rés’ do asfalto da cidade grande. Caminhos que se bifurcam num estado onde as águas dominam os caminhos, mas parecem o tempo todo chocar-se com a violenta e desordenada urbanização. Há sempre um quê de cosmopolitismo e provincianismo na Belém paraense.
Outra coisa a chamar a atenção é a inserção de textos-poemas de Guaracy Brito, um guia a mais no caminho traçado por Pio Lobato, mostrando também que é um disco de parcerias, seja da produção musical de Leo Chermont, ou na participação luxuosa do baixo de Camila Barbalho e no violão de Ziza Padilha ou na percussão do ‘manari’ Nazaco Gomes.
Mas nada disso teria tanto sentido não fosse a participação decisiva do baterista Vovô. Parceiro de longa data do guitarrista, Vovô assume uma importância tão grande nesse novo trabalho que não seria errado dizer que o disco poderia ser atribuído a Pio Lobato e ao baterista. As ideais fragmentadas trazidas pelo guitarrista foram amarradas por Vovô, que costurou tudo misturando células percussivas de toadas, carimbós, lundus, entre outros ritmos. São quase imperceptíveis, mas é justamente daí que é possível admirar o trabalho feito pelo baterista. O disco é a sentença definitiva de que Pio Lobato ainda prefere o risco ao lugar comum das coisas já feitas e vividas. Ou como diz o texto de Guaracy: “montar feito brinquedo/a gente grande, a gente pequena/ com as peças que se escuta/curvar o tempo, fácil”.

credits

released November 30, 2018

Direção Artística e Produção Musical | Pio Lobato
Co-Produção | Leo Chermont

Músicos Convidados
Vovô | Bateria
Ziza Padilha | Violão
Camila Barbalho | Baixo
Nazaco Gomes | Percussão

Gravado no estúdio Casarão Floresta Sonora (PA) | Leo Chermont
Gravado e mixado do estúdio APCE (PA) | Assis Figueiredo
Masterizado no estúdio Classic Master (SP) | Carlos Freitas e Carina Renó

Todas as músicas são de autoria de Pio Lobato
exceto Bendito 1 (Mestre Zezinho), música Incidental na faixa Ladaínha fonograma
gentilmente cedida por Betão Aguiar (Mestre Navegantes | Zapipa Produções)

Produção Executiva | Edvaldo Souza
Assistente de Produção | Manuela Souza
Assessoria de Imprensa | Dani Franco (PA) e Lui Machado (RJ)
Produção Audiovisual | Montagem Paralela e Equipe Reduzida
Projeto Gráfico | Blue
Poemas | Guaracy Brito Júnior
Traduções | Camila Barbalho
Fotos | Tiago Silveira
Cat. Nr. | MP001CD

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Artistic Direction and Music Production | Pio Lobato
Co-Production | Leo Chermont

Guest musicians
Vovô | Drums
Ziza Padilha | Guitar
Camila Barbalho | Bass
Nazaco Gomes | Percussion

Recorded at the studio Casarão Floresta Sonora (PA) | Leo Chermont
Recorded and mixed studio APCE (PA) | Assis Figueiredo
Mastered in the studio Classic Master (SP) | Carlos Freitas and Carina Renó

All songs are by Pio Lobato
except Bendito I (Mestre Zezinho), Incidental music in the track Ladaínha phonogram kindly provided by Betão Aguiar (Mestre Navegantes | Zapipa Productions)

Executive Production | Edvaldo Souza
Production Assistant | Manuela Souza
Press Office | Dani Franco (PA) and Lui Machado (RJ)
Audiovisual Production | Montagem Paralela e Equipe Reduzida
Graphic Design | Blue
Poems | Guaracy Brito Júnior
Translations | Camila Barbalho
Photos | Tiago Silveira
Cat. Nr. | MP001CD

license

all rights reserved

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about

Pio Lobato Belém, Brazil

Guitarist and producer, he is one of the main responsible for the recognition of "guitarrada" in the national scene. A native of Belém, he began his work as a musician in the early 1990s. He built both solo projects and the Cravo Carbono group, one of the most respected works of Brazilian pop experimentation and musical re-reading.

Photo 1:Tiago Silveira
Photo 2: Renato Reis
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